PATINAÇÃO QUAD – ARTÍSTICA

Por: Ronaldo Valêncio
24/09/2024 – São Paulo -SP

Quando falamos de patinação artística em Patins Quad, é importante reforçar que a patinação no gelo surgiu antes da patinação sobre rodas. A Finlândia foi um dos primeiros países que desenvolveu a patinação no gelo, isso há cerca de 5.000 anos. Esses patins eram feitos de ossos das pernas de grandes animais e presos a tiras de couro e deslizavam sobre os lagos congelados.

A finalidade desse tipo de patinação era reduzir o tempo de viagem, no rigoroso inverno, fazendo com que locomoção fosse mais eficiente. Isso era muito importante levando-se em conta que o País nórdico tinha uma grande rede de lagos que ficavam congelados e se tornavam um obstáculo quase intransponível.

Posteriormente, esses primeiros patinadores, passaram a entalhar pedaços de madeira e usar como uma base para a patinação. Utilizando essa técnica eles conseguiam moldar  o formato do equipamento, fazendo com que tivessem uma melhor performance.

Competidores em duplas do Troféu Brasil de Patinação 2023
Fonte: Jornal RJ (2023)

A PATINAÇÃO ARTÍSTICA

O criador da patinação artística foi Jackson Haines, um jovem americano de descendência inglesa que morava em Nova York, a ele é atribuído o título de “criador da patinação artística no gelo”, em 1865. Ele era filho de Alexander Frazee Haines e Elizabeth Terhune Earl, sua família tinha vindo da Inglaterra e se estabelecendo em Long Island. Cinco anos antes de revolucionar o esporte, aos 21 anos de idade, Haines já era um patinador sobre rodas bastante popular.

No final de 1863 e início de 1864, Haines fez uma turnê, de patinação artística sobre rodas, pelos Estados Unidos e Canadá apresentando-se em Nova York, Buffalo, Chicago e Detroit nos Estados Unidos e em Montreal e Quebec City no Canadá. Por onde passava, o jovem patinador recebia medalhas de mérito, por sua habilidade sobre os patins sobre rodas. Ele era considerado por muitos como o maior patinador sobre rodas que existia na América.

Em 1865, Haines desenvolveu lâminas com características mais próximas das lâminas atuais. Isso permitiu que ele incorporasse uma série de movimentos de dança em sua patinação no gelo, revolucionando o esporte. Até àquele momento, a movimentação sobre patins era limitada, as pessoas só podiam ir para frente e para trás e traçar círculos.

Alguns anos depois, Haines adicionou os dentes frontais nas lâminas dos seus patins, o que permitiu aos patinadores dominar todos os tipos saltos artísticos. A partir de 1870, os saltos começaram a ser introduzidos em competições de patinação, hoje eles são obrigatórios em qualquer competição de patinação artística.

Jackson Haines, pai da patinação artística.
Fonte: Deadspin (2018)

As contribuições dele foram extremamente importantes, pois permitiram que os patins de gelo artísticos tivessem mais mobilidade e permitissem uma série de manobras, que até então não eram possíveis. Uma das manobras que mais encantam, até os dias de hoje, são os belos saltos que só foram possíveis com a introdução dos dentes frontais nas lâminas dos patins.

Outra contribuição importante de Haines foi a introdução de música em suas apresentações, isso  mudou a percepção da patinação que já não era apenas uma forma de locomoção, mas um meio de expressar sensações, sentimentos e ideias estéticas. Com Haines nasceu a emoção de uma apresentação sobre patins, tanto na patinação artística no gelo, quanto na patinação artística sobre rodas.

Patins desenvolvido por Jackson Haines
Fonte: Worth Point (2022)

Entre os anos de 1914 a 1918, houve um período de retração da patinação, devido à eclosão da primeira guerra mundial, passado o período do conflito, a patinação retomou a sua força. No ano de 1920, José Erotides Marcondes Machado se tornou o primeiro brasileiro a participar de um concurso de patinação artística fora do Brasil, realizado na França.

Em 1924, foi criada a Federação Internacional de Roller Sports, com a finalidade de organizar as competições internacionais de patinação artística, de velocidade e competições de hockey. A década de 30 trouxe uma maior organização para o esporte, os primeiros campeonatos mundiais, com organização da federação, foram realizados em 1937.

Gladys Koehler & George Werner campeões americanos de 1942
Fonte: Usarsa (2022)

No período da segunda guerra mundial, de 1939 a 1945, houve uma estagnação da patinação no Brasil e no mundo. Nesse período, poucos campeonatos regionais ocorreram, principalmente, nos Estados Unidos. Com o término da segunda guerra, houve uma retomada do esporte, com a criação de vários rinques de patinação em território Nacional.

No ano de 1944, nasce, na cidade de São Paulo, um dos Rinks de patinação mais icônicos, o Rink Boa Vista, na ladeira Porto Geral. Ainda no ano de 1944, é inaugurado um Rink de patinação na cidade de Caxambu, estado de Minas Gerais, o local foi grande sucesso de público e patinadores. O esporte havia renascido, agora mais forte do que nunca.

Com o fortalecimento dos rinques de patinação, passaram a surgir os concursos que posteriormente se transformariam nas primeiras competições. O Rink Boa Vista viu passar pela sua pista grandes patinadores nacionais tais como; Tidoca Marcondes Machado, Julieta Meira Braga, Otávio Orlandi, Glauco Giannesi, Casimiro Valinhos, entre tantos outros.

No âmbito externo, em 1947, foi realizado o Primeiro Campeonato Mundial de Patinação Artística, promovido pela FIRS (Federação Internacional de Roller Skating), na cidade de Washington (EUA). O Brasil só viria a participar, pela primeira vez, de um Campeonato Mundial em 1972.

Competidores do torneio americano de 1953
Fonte: Vintage (2018)

Nos Estados Unidos, em meados da década de 40, começaram a ser criadas companhias de patinação com intuito de se apresentar com shows muito bem elaborados, esse movimento aconteceu tanto na patinação no gelo, quanto na patinação sobre rodas. A maior de todas essas companhias de patinação artística no gelo foi a “Holiday on Ice” criada em Ohio, Estados Unidos, em 1943.

Em 1951, veio para o Brasil o espetáculo “Skating Vanites & Dancing Waters” A apresentação do espetáculo sobre rodas, em São Paulo, impulsiona a realização de shows no Brasil, que são destaques até os anos de 1970, quando passa a se destacar como esporte competição.

Show do Skating Vanites em 1952
Fonte: Patinação RS (2022)

Na década de 1950, a patinação começou a ser praticada em clubes, esse movimento, aliado ao sucesso dos shows de patinação, incentivaram a criação de algumas companhias para apresentação de espetáculos de patinação sobre Rodas. A mais importante de todas e que ainda permanece em atividade é a Companhia Periquitos em Revista, ela foi criada em 8 de julho de 1954 pelo comendador Hiada Torlay, é vinculada à Sociedade Esportiva Palmeiras.

Periquitos em Revista é um espetáculo de patinação artística e tem como característica ser um evento beneficente, que abriga patinadores amadores da Sociedade Esportiva Palmeiras. O espetáculo existe há 68 anos e tem ajudado diversas entidades filantrópicas. Nos primeiros 14 anos de sua existência, o “Periquitos” já tinham beneficiado mais de 700 instituições assistenciais, contemplando com a sua ajuda mais de 300 mil pessoas.

Espetáculo Periquitos em revista
Fonte: Palmeiras (2021)

O comendador Hiada Torlay é uma figura importantíssima para a patinação, principalmente no Brasil, no período de 1950 a 1980. Ele nasceu em 18 de fevereiro de 1916, era descendente de Italianos, começou a jogar hockey em 1928, na Itália. Foi um grande esportista representando o Brasil no exterior em competições e em diversos congressos técnicos.

Torlay foi o fundador da confederação Sul-americana de patinação, também foi Vice-Presidente da Confederação Pan-americana of Roller Skating, em Nebraska (USA), ainda como dirigente foi diretor da Federação Internacional de Roller Skating com sede em Barcelona. Em 1955, o comendador Hiada Torlay começou a fabricar patins no Brasil, a Indústria Torlay ficava no bairro de Águas Claras, em São Paulo.

Patins Torlay começo dos anos de 1980
Fonte: Enjoei (2020)

Em 1976, o empresário Iloir Fasolo, um grande fã da patinação, comprou uma fábrica de patins de um casal de patinadores argentinos que estavam em turnê pelo Brasil. O casal fabricava patins na Argentina e as iniciais dos seus nomes “Roman y Enrriete”, serviram de inspiração para dar origem ao nome da empresa: RYE.

A fábrica foi inaugurada em Porto Alegre, mas em 1981 ela se mudou para Gravataí, na Avenida Brasil, 1595. Até os dias de hoje, a empresa mantém uma loja própria na Av. José de Alencar, 1182 – Menino Deus – Porto Alegre. Ela é administrada pela sócia e esposa de Iloír, Valeska Fasolo. Além de patins de todos os modelos, a marca tem uma linha de roupas.

A patins RYE atualmente é considerada a maior fabricante de Patins na América Latina. Ela fornece seus produtos para todo o País, mantendo uma estreita relação com professores, técnicos e coreógrafos em patinação, através dos seus representantes que atuam diretamente dentro das escolas, fornecendo todo tipo de material necessário a prática do esporte. Além de fabricar patins artísticos profissionais, ela tem uma grande linha de patins para o lazer.

Patins Rye Suite Dance
Fonte: Patins Rye (2022)

No mercado externo, a Rye Patins conta com experientes distribuidores que levam a marca para a Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Chile, Equador, Colômbia, Espanha, França, Suíça, Portugal e Austrália. Em breve a empresa estará expandindo o seu mercado de atuação, exportando seus produtos para o Panamá e a África.

A empresa patrocina diversos eventos relacionados à patinação, além de patrocinar também vários atletas tal como o patinador gaúcho Arthur Alcorte, que esteve entre os 10 melhores patinadores do mundo. O atleta é uma das revelações do centro de treinamento da Rye Patins, em Gravataí – RS. Outro nome de expressão que a Rye já patrocinou foi Marcel Stürmer, tricampeão Panamericano e vice-campeão mundial.

O centro de treinamento Rye é um espaço para descoberta de novos talentos e para o desenvolvimento desses profissionais. As ações do centro estão focadas tanto na patinação artística, quanto no hockey tradicional. Além de treinamentos e clínicas com profissionais renomados, são realizados torneios nesse espaço.

Imagem 10 – Centro de Treinamento da Patins Rye
Fonte: Patins Rye (2022)

MODALIDADES DA PATINAÇÃO ARTÍSTICA

A entidade oficial que cuida da patinação artística sobre rodas no Brasil é a CBHP (Confederação Brasileira de Hockey e Patinação), ela regulamenta os torneios e competições em todos os níveis. As principais modalidades da patinação artística sobre rodas estão detalhadas abaixo.

Modalidade livre

Nessa modalidade os atletas podem se apresentar individualmente ou em duplas. As categorias são divididas entre masculino e feminino, por faixa etária e nível técnico. As performances são acompanhadas de músicas e combinam a dança com os elementos técnicos da patinação.

Os atletas do individual patinam sozinhos e suas rotinas devem conter coreografias compostas por saltos, podendo ser realizados com uma rotação ou até três rotações no ar (saltos triplos).  Os competidores também devem apresentar spins (corrupios), movimento em que o patinador executa giros nas mais diferentes posições, exigindo equilíbrio e controle constante do corpo. 

As duplas mistas, assim como no individual, são divididas em categorias separadas por idade e nível técnico, elas executam spins e saltos sincronizados. São considerados elementos obrigatórios os spins em contato, que ocorre quando os atletas fazem os giros sempre mantendo o contato com o parceiro.

Existem movimentos que chamam muito à atenção como os levantamentos, que ocorrem quando o homem mantém a mulher suspensa acima de sua cabeça, e a atleta deve se manter em posições de alongamento e, muitas vezes, apoiada somente por uma mão.  

Os competidores são avaliados com relação à sua técnica e ao grau de dificuldade apresentados, isso inclui como é feita a utilização da pista, o equilíbrio da coreografia e sua adequação à música. A modalidade de Patinação Livre está presente nos jogos Panamericanos.

Casal de patinadores competindo em duplas livres
Fonte: Clube Pattino (2022)

Figuras Obrigatórias

Essa é uma modalidade extremamente técnica, que vem sendo muito utilizada em competições e como parte do treinamento. Esta prova é feita individualmente, exige muita concentração e destreza dos atletas.

A modalidade consiste na execução das figuras, que são avaliadas pelos juízes com relação à limpeza dos movimentos, perfeição do traçado, constância na velocidade. Elas são executadas em círculos, avaliando o eixo e a postura do patinador.

No piso das áreas de competição são desenhados círculos com 6m e 3m de diâmetro. Os atletas devem patinar de frente e de costas apoiando apenas um pé no chão, e sempre permanecendo em cima das linhas, trocas de eixos e viradas são permitidas.

A prova tem algumas particularidades,  uma delas é que os patinadores não podem usar os freios, além disso não existe música de acompanhamento nessa modalidade, muitas vezes as provas são realizadas sob completo silêncio incluindo ginásio vazio.

Competição de Figuras obrigatórias
Fonte: wuft (2015)

Solo Dance

Nessa modalidade, os patinadores podem se apresentar individualmente ou em duplas, executando movimentos livres explorados pela música, que acompanha a apresentação. Os competidores devem expressar simpatia e graciosidade no desenvolvimento da dança, nessa competição não há saltos ou corrupios.

A modalidade é dividida em dois programas, dança obrigatória, e o programa de Free Dance. Na dança obrigatória, os patinadores percorrem um diagrama pré-estabelecido pelo regulamento. Todos os competidores precisam realizar os mesmos passos, obedecendo o mesmo diagrama, seguindo o mesmo ritmo da música, no mesmo tempo determinado. Na dança obrigatória não pode ser feita a utilização do freio, além de não existir saltos ou corrupios.

O Free Dance também é conhecido como o programa livre da dança, nele o patinador tem a liberdade de apresentar sua coreografia sem precisar seguir um diagrama já estabelecido. Nas duplas os atletas seguem o mesmo regulamento dos individuais, com um diferencial nos levantamentos que, diferentes das duplas de livre, não podem passar da altura da cabeça.

Atleta Sophia Ferraracio competindo na modalidade Solo Dance
Fonte: Clube Pattino (2022)  

Grupos de Show

Essa modalidade é desenvolvida em grupos, seguindo um tema que deve contar uma história, nela os patinadores estarão alinhados e sincronizados podendo usar adereços. Esses grupos podem ser de diferentes tamanhos, desde quartetos, mini grupos (de seis até doze pessoas) e grupos (de treze até trinta pessoas).

Nas competições oficiais, os atletas devem participar de apenas um dos tipos. Os grupos de shows são extremamente emocionantes de assistir, as suas apresentações sempre empolgam os expectadores. As coreografias são ensaiadas exaustivamente e o figurino, na grande maioria das vezes, é bastante elaborado.

Nas apresentações em grupos, os juízes analisam o sincronismo da coreografia, a composição do figurino em relação ao tema, e a graciosidade de seus componentes. A história a ser contada deve ser passada naturalmente pelos movimentos de seus participantes, de forma tal que a plateia possa absorver toda essa carga de emoção.

Grupo expressão de patinação
Fonte: Reporter Guaibense (2021)

ONDE É PRATICADA A PATINAÇÃO ARTÍSTICA SOBRE RODAS NO BRASIL

No Brasil, a patinação artística sobre rodas é praticada, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste em clubes tradicionais e associações desportivas. No Estado do Rio de Janeiro, existem locais como Monte Sinai, Rio Patinação, Star Patinação Artística, entre outros.

No Estado de São Paulo, encontramos o esporte em clubes como o Palmeiras, São Paulo, Santos, Portuguesa, Clube Ipê, Associação Atlética Banco do Brasil, CRSG (Clube de Regatas Saldanha da Gama) em Santos. Também existem espaços menos conhecidos como o Brodowski show, Clube internacional de Regatas, Clube de Regatas Tuniaru entre outros.

Os Estados do Sul são bastante fortes no esporte, em Curitiba (PR) encontramos duas escolas tradicionais. A Companhia de Patinação Rita Bomfati onde o patinador aprende o estilo artístico da patinação com metodologia da escola italiana de patinação. Outro espaço bastante importante é o Footwork, inaugurado em 2006, que oferece uma megaestrutura para aulas, shows e eventos diversos.

Quanto mais descemos para os estados do sul, mais a patinação se fortalece. Santa Catarina é um estado bastante tradicional, quando falamos de patinação artística sobre rodas. Os catarinenses dispõem de diversos locais para a prática do esporte, como Floripa Patinação Artística, Clube Rodas de Ouro Itajaí, Colégio Catarinense, Slip & Dance Patinação Artística.

Seguramente, podemos dizer que o Rio Grande do Sul é a meca da patinação artística sobre rodas no Brasil. Lá encontramos o Clube Pattino de Patinação, o centro de patinação Rodas da Serra, Clube de Patinadores Rotelle, Associação Atlética Banco do Brasil de Porto Alegre, Clube Wirbel, Clube Xlise, Pattins Sul, Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo, entre outros. Fora do eixo Sul/ Sudeste encontramos o Iate clube de Brasília onde a patinação artística é muito forte.

Grupo Together, formado por vários atletas do RS
Fonte: Clube Pattino (2022)

PRINCIPAIS ATLETAS DA PATINAÇÃO SOBRE RODAS NO BRASIL

JANAÍNA ESPÍNDOLA

O Brasil hoje é representado por diversos atletas de alto nível, contudo é fundamental falarmos de uma atleta que abriu as portas da patinação artística internacionalmente, o nome dela é Janaína Espíndola. Com 21 anos ela foi a primeira atleta a ganhar uma medalha em jogos Panamericanos, em Winnipeg, Canadá, em 1999.

A atleta natural de Porto Alegre (RS), durante muito tempo integrou o grupo Dom Bosco e posteriormente a Sociedade de Ginástica de Novo Hamburgo. Além da medalha de bronze no Canadá, Janaína obteve o sexto lugar no Mundial-96, disputado na Argentina. Janaina fez parte da seleção brasileira durante seis anos e acumulou vários títulos importantes, sendo 13 vezes campeã brasileira e bicampeã sul-americana.

Patinadora Janaína Espíndola
Fonte: Clube Pattino (2022)

THALITA HAAS

Thalita foi a primeira patinadora brasileira a conquistar uma medalha em um campeonato mundial, na Alemanha em 2009, na modalidade livre. A jovem patinadora tinha apenas 14 anos quando conseguiu esse feito. A atleta fez parte da seleção brasileira por 11 anos e, obtendo importantes conquistas em sua carreira.

Thalita foi medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de 2011 em Guadalajara e ganhou a medalha de prata nos jogos de Toronto 2015, na época ela era atleta da Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo (RS). Quando ganhou a medalha de bronze em 2011, era treinada pela técnica Janaína Espíndola. 

Além das duas medalhas nos Jogos Pan-Americanos a patinadora foi duas vezes campeã Sul-Americana (2011 e 2012). Ela ganhou a medalha de bronze no mundial minigrupo de show, na China em 2010, além dos títulos de tri campeã Brasileira (2013,2014 e 2015), entre outros títulos.

Patinadora Thalita Hass
Fonte: Eduardo Palacio (2015)

GABRIELLA BERTOLAZZI

Gabriella patina há mais de 12 anos e há oito faz parte da seleção brasileira, tendo se classificado para campeonatos nacionais, sul-americanos, pan-americanos e para o World Roller Games. Abaixo, estão listados alguns dos principais torneios que a patinadora participou, tanto no âmbito nacional, como no âmbito internacional.

O seu currículo conta com cinco títulos consecutivos do campeonato Gaúcho (de 2013 a 2017), três títulos Brasileiros (2013, 2014, 2016). Ela também ganhou títulos internacionais como a V Copa Internacional de Patinação Artística (Santos 2016), além de ter sido vice-campeã do III Campeonato Pan-Americano de patinação em Orlando (EUA) em 2015.

Gabriella atualmente é uma das três sócias do clube Pàttino, junto com duas outras patinadoras, Andressa Reckziegel e Julia Balthazar. A Pàttino Clube de Patinação Artística é uma empresa com o foco na formação e desenvolvimento de patinadores. O clube trabalha tanto com patinadores iniciantes, quanto de alto rendimento, além da unidade de Porto Alegre o clube conta com unidades em Cachoeirinha e em Viamão.

Patinadora Gabriella Bertolazzi
Fonte: Folha do Mate (2016)

RAFAELA FREITAS

A patinadora do clube internacional de regatas de Santos começou a patinar com dois anos, incentivada pela sua mãe Andreia Freitas, que é professora de patinação artística. Aos quatro anos ela já competia, ao longo de sua curta carreira, Rafaela ganhou inúmeros títulos, nacionais e internacionais contudo, o seu nome ficará marcado pelo que ela fez no mundial da Polônia em 2017.

Com apenas 19 anos, ela foi a primeira Brasileira a ganhar uma medalha em mundiais, no torneio realizado em julho de 2017 na Polônia. Ela ganhou a medalha de bronze, ficando atrás da Italiana, que ganhou o ouro e da Espanhola, que ficou com a medalha de prata.

 

Rafaela se aposentou em 2019, aos 21 anos, mas deixou um legado de vitórias, um exemplo para quem quer competir em alto nível, no esporte e na vida. Apesar da aposentaria precoce, ela ainda continua ligada ao esporte, com ações que contribuem para a descoberta de novos talentos.

Patinadora Rafaela Freitas nos jogos mundiais de 2017
Fonte: Esporte Alternativo (2017)

ANA BEATRIZ TOLEDO

A patinadora Ana Beatriz começou no esporte com 11 anos de idade e fez parte da seleção brasileira por 8 anos. O primeiro mundial que participou foi em 2013, e mesmo caindo no início de sua coreografia levantou e continuou sua coreografia com a confiança de uma campeã.

A atleta é considerada um dos grandes nomes da patinação artística na atualidade. Ana Beatriz Toledo ganhou diversos campeonatos nacionais e internacionais, ela foi onze vezes campeã brasileira, vice-campeã Sul-Americana, campeã Pan Americana, campeã Distrital do Porto, da Chapatim Roller Cup e da Copa de Paris.

Ana Beatriz Toledo fez história no Campeonato Mundial de 2018, nesse ano a Atleta ganhou a medalha de bronze, após o mundial a atleta se aposentou, mas sua conquista contribuiu para consolidar o crescimento do nível da patinação no Brasil e estimular outros atletas.

Ana Beatriz Toledo
Fonte: Clube Pattino (2022)

GABRIELLA GIRALDI

Natural de Joinville (SC), nascida em 21/08/2001, Gabriella Giraldi começou no mundo da patinação aos cinco anos, incentivada pela sua mãe Fernanda Gomes Pereira Giraldi, que é treinadora e, quando jovem, competiu no circuito nacional. Gabriella ganhou inúmeros títulos, no âmbito internacional, ela acumula oito títulos e já ganhou dezenas de títulos nacionais.  Ela faz parte da seleção Brasileira há oito anos.

A patinadora foi campeã sul-americana em 2014, ela foi 36 vezes campeã catarinense e tem 18 títulos brasileiros, nas quatro modalidades que pratica. Em 2016 foi terceira colocada no campeonato brasileiro e convocada para o campeonato Pan Americano. Gabriella tornou-se a única atleta catarinense convocada por cinco anos consecutivos para compor a seleção brasileira de patinação artística em campeonatos sul-americanos.

No dia 07 de julho de 2019, com apenas 18 anos, Gabriella Giraldi conseguiu uma marca histórica pessoal e para a patinação Brasileira. Ela foi a primeira mulher a conquistar uma medalha de ouro no World Roller Games. Ela venceu na categoria Solo Dance Júnior.

Patinadora Gabriella Giraldi
Fonte: NCS (2019)

BRUNA WURTS

A carioca Bruna Wurts nasceu em 19 de agosto de 2000, ela começou a patinar muito cedo, com três anos, aos cinco, ela já competia tendo ganhado inúmeros torneios na categoria infantil. Desde os 11 anos, ela compete pela seleção Brasileira de Patinação Artística. Ela passou grande parte de sua vida morando e treinando na Europa, com intuito de desenvolver o seu nível de competição.

Com apenas 15 anos, a jovem patinadora conquistou dois grandes resultados para a patinação artística em solo europeu. Ela terminou em terceiro lugar na Copa da Alemanha, realizada em Freiburg, e foi vice-campeã da Copa da Itália, em Trieste. No mesmo ano ela conquistou a medalha de ouro no Campeonato Brasileiro, Classe Internacional, ela obteve a maior pontuação do torneio nacional na modalidade livre, incluindo uma nota 10.

O dia 27/07/2019 ficará marcado na vida da atleta, e na galeria do esporte nacional. Nesse dia, em um sábado abençoado, a patinadora ganhou a primeira medalha de ouro de uma brasileira em jogos panamericanos, que ocorreu na cidade de Lima, no Peru.

Patinadora Bruna Wurts
Fonte: Orlando Barria/EFE (2019)

TROFÉU BRASIL DE PATINAÇÃO ARTÍSTICA – 2023

Entre os dias 11 e 19 de agosto de 2023, o distrito de Itaipuaçu, em Maricá (Região metropolitana do Rio de Janeiro), recebeu um dos principais evento nacional de patinação artística, o Troféu Brasil de Patinação Artística de 2023. O evento ocorreu em uma área localizada na altura da Rua Van Lerbergue, entre as ruas Alice Máximo de Souza e a rua 52, no Jardim Atlântico.

O Troféu Brasil de Patinação Artística de 2023 fez parte de um projeto educacional chamado Déjà Vu, que buscou recriar um ambiente nostálgico dos rinks de patinação dos anos 80. Para isso, todo o cenário do Rink foi construído como se estivesse ambientado na década de 80, incluindo a pista onde aconteceu as competições.

O evento é uma forma de promover a patinação no país, reunindo atletas, treinadores, fãs e entusiastas desse esporte. Geralmente, o Troféu Brasil de Patinação é organizado por entidades ligadas ao esporte e pode envolver diferentes modalidades, como patinação individual, em duplas, grupos e outras categorias.

Competidora no Troféu Brasil de patinação 2023
Fonte: Jornal RJ (2023)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A patinação artística sobre rodas vem se consolidando como um esporte de alto rendimento no Brasil. Muitos são os feitos dos atletas femininos e masculino, que serão detalhados em um momento futuro, mas apesar da elevação do nível com conquistas expressivas em campeonatos internacionais, o esporte ainda carece de um maior apoio da iniciativa privada.

Muitos atletas, com resultados relevantes, não têm um patrocínio pessoal que permita bancar os custos de viagens, fazendo com que eles paguem do próprio bolso. O fato de a patinação artística sobre rodas não ser um esporte olímpico afasta a vitrine das empresas, fazendo com que os patinadores arquem com todos os custos de participação em campeonatos.

Apesar de todos esses obstáculos, a paixão pelo esporte mantém acesa a chama da patinação artística, que é passada de geração para geração. Com as recentes conquistas esperamos que o apoio aos atletas possa se fortalecer, a ponto de mudar esse cenário. Aqui fica a torcida para que as gerações futuras possam contar com um apoio maior da iniciativa privada, e dessa forma conseguir mais títulos e visibilidade para o esporte.

REFERÊNCIAS

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http://blog.patins.com.br/conheca-os-grandes-nomes-da-patinacao-artistica-do-brasil/
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https://www.cbhp.com.br/site/historia-da-patinacao-artistica/
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https://clubepattino.com/os-9-atletas-que-fizeram-historia-na-patinacao-artistica-brasileira/
https://www.enjoei.com.br/p/patins-retro-torlay-39882461
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https://www.esportejoinville.com.br/gabriella-giraldi-e-convocada-para-o-mundial-de-patinacao-artistica/
https://esportes.r7.com/mais-esportes/patinadoras-apontam-desrespeito-por-nao-convocacao-para-mundial-25082021
http://www.fgp.org.br/index.php/modalidades-interna/artistica-3
https://fernandagpereira.wixsite.com/equilibripatinaoarts
https://folhadomate.com/variedades/tudo-e-todas/convocada-pela-selecao-brasileira-para-o-pan-gabriella-bertolazzi-compete-na-modalidade-livre/
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