Por: Ronaldo Valêncio
04/09/2022 – São Paulo -SP
Não podemos falar da história da patinação no Brasil sem antes visitarmos a história da patinação no mundo, nesse caso existe um marco; o ano de 1863, quando o americano James Plimpton patenteou um novo design de patins. Ele foi projetado com quatro rodas, duas na frente e duas atrás, além disso a base era flexível de forma que o patinador poderia se inclinar para direcionar os patins. Este novo design aumentou imensamente a manobrabilidade que garantiu a primeira pista pública de patinação em Nova York.
Pista de patinação em 1880
Fonte: Nationalgeographic.com (2021)
No Rio de Janeiro a patinação surgiu em 1872, no Teatro Pedro II, através do seu proprietário, o empresário Bartholomeu Correia da Silva. Apesar da novidade ter intrigado grande parte da população mais abastada, a moda não pegou de imediato, vindo a se consolidar a partir de 1878, quando foi inaugurado o primeiro rinque de patinação mais bem estruturado, o Skating-Rink.
O Skating-Rink tornou-se um centro de diversões, oferecia, além da pista para a patinação, eventos de outras práticas corporais (como lutas) e espetáculos musicais e teatrais. O projeto foi um sucesso, contudo durou apenas um ano, pois em 1879 o local fechou suas portas e em seu lugar o proprietário, Frederico Glette, decidiu abrir a Fábrica de Tecidos Rink.
Com o fechamento do Skating Rink, a paixão pelas rodinhas migrou para clubes e agremiações. Nessa época o Clube Guanabarense, construiu uma nova pista que foi sucesso foi imediato. A procura foi tão grande que, em pouco tempo, o rinque foi ampliado e aberto ao público em geral disposto a pagar ingressos, mesmo que não fosse associado.
Outros clubes também construíram suas pistas tais como; o Ginástico português e pelo Clube Atlético Fluminense. Em 1892 foi criado o Belódromo Nacional, com o intuito de oferecer aulas de patinação e de corridas sobre Patins. Nessa época grande parte dos praticantes haviam tomado um gosto pelas corridas, que aconteciam com muita frequência nos rinks de patinação, construídos pela cidade afora.
Foto do Teatro Pedro II no fim de 1870
Fonte: Vejario (2021)
O surgimento da patinação em São Paulo ocorreu em 1877, por intermédio dos irmãos britânicos Roberto e Henrique Normanton, que trouxeram para cidade a novidade sobre rodas. A inauguração do Rink de Patinação Imperial ocorreu no dia 9 de julho de 1877, no mesmo dia da inauguração Estrada de Ferro D. Pedro II, que posteriormente viria a se chamar Central do Brasil.
O jornal “A Província” na edição de 8 julho de 1877 celebrava-se o progresso com a inauguração da estrada de ferro, mas também deu destaque para a abertura da novidade que tinha arrebatado a cidade; O rink de Patinação Imperial, que era considerado um símbolo de modernidade e avanço tecnológico.
Patins do início da patinação
Fonte: blog patins (2022)
Entre Patinadores e expectadores o Rink comportava cerca de trezentas pessoas, segundo o jornal era um espaço agradável, onde desfilavam “as pessoas mais distintas da sociedade. O Jornal “A Provincia” posteriormente viria a se chamar “O Estado de São Paulo” publicou uma matéria bastante interessante sobre a novidade que tinha acabado de desembarcar na capital paulista.
No começo dos anos 1900 a presença dos rinks de patinação na cidade de São Paulo era cada vez maior, em 1904 foi inaugurado, na Rua do Gasômetro nº 114, o Rink Cosmópolis. Dois meses depois, em 30 de dezembro, foi inaugurado o São Paulo Star Skating Rink, na Rua Onze de Junho nº 3. Na mesma época o Teatro Popular foi transformado em pista de patinação.
Projeto para fachada do Skating Palace, à Praça da República, 1911
Fonte: Serie Avenida Paulista (2019)
Os pioneiros irmãos Normanton utilizaram como estratégia de divulgação o impacto que a patinação causava naquela época. Ela era apresentada como uma prática valorizada nos países europeus, eles ressaltavam que patinar era o exercício mais saudável da época, que fortalecia os pulmões e desenvolvia força muscular.
Obviamente não existia um embasamento científico para todas essas afirmações, contudo hoje temos o conhecimento dos grandes benefícios que a prática da patinação nos traz, além da sensação prazerosa de liberdade, com a mínima resistência aos nossos movimentos.
Jornal O Correio Paulistano edição 8 de julho de 1877 com anúncio do Rink Imperial
Fonte: São Paulo Antiga (2022)
Estudos apontam que a primeira iniciativa de uma pista de patinação sobre rodas em Curitiba ocorreu em 1879 no Salão Wendler. Esse local era usado em muitos eventos sociais, o seu proprietário era João Christiano Wendler, alemão naturalizado Brasileiro que era um conhecido comerciante na cidade.
Apesar da identificação do ano e local, não há informação documentada que foi Wendler que introduziu a patinação em Curitiba, mas é natural pensar que a nova moda foi trazida da Europa, por algum dos filhos de famílias ricas que eram enviados ao velho continente para estudar.
Anúncio de Pista de Patinação no salão Wendler em 1879
Fonte: Educa Fcc (2022)
No ano de 1879, Curitiba estava sintonizada com o que ocorria nas principais cidades do País, portanto a introdução da patinação em São Paulo e no Rio de Janeiro era de conhecimento na cidade e começava a ter uma maior exposição, a partir do momento que essa nova informação se alastrava.
Com o passar dos anos a patinação se consolidou até que em 1906, depois de um período de reforma, o Coliseu de Curitiba passou a abrigar uma nova Pista de patinação. Uma fonte iluminada tornou a pista ainda mais bela e atrativa, nessa mesma época começaram a ser oferecidas aulas da modalidade, com o intuito de atrair mais público, aumentando o sucesso já obtido.
Foto do Coliseu de Curitiba em 1906
Fonte: Educa Fcc (2022)
Em 1915, foi inaugurado o primeiro ambiente dedicado à patinação O Skating Rink Curitiba, um local que deixou marcas na cidade era propriedade de Carvalho & Nogueira, localizava-se na esquina da Rua Alegre (atual Dr. Cândido Leão) com a Rua da Assembleia (atual Dr. Muricy). O local foi reformado e se tornou um “point” da cidade, onde muitos moços e moças iam para patinar e porque não dizer também para paquerar.
Ainda no ano de 1915, foi aberto um novo espaço dedicado à patinação, o Rink Park, localizado na Avenida Luiz Xavier, como de costume na região central da cidade. Dirigido pelo engenheiro Moreira Garcez que posteriormente viria a ser prefeito da cidade. Em 1916, na mesma rua, foi inaugurado o Palace Theatre, uma grande pista de patinação coberta, que era elogiada pela qualidade da pista e das instalações, era um grande espaço que chegava abrigar 1800 pessoas.
Patins patenteado por James Plimton em 1863
Fonte: Online Skating (2021)
A referência mais antiga que encontramos remete à Holanda do início do século XVII, quando um desconhecido decidiu patinar no gelo no verão, ele realizou a patinação em terra seca pregando carretéis de madeira em bases e prendendo-os aos seus sapatos.
Cartazes referente à patinação ano de 1915
Fonte: Educa Fcc (2022)
A patinação em Porto Alegre nasceu em 1878, quando foi fundado Skating-Rink Americano. Na segunda metade do século XIX, Porto Alegre era uma cidade em transformação, vindo de uma rica herança rural, o final da década de 1870 foi marcada por um conjunto de mudanças que apontava a cidade na direção da modernidade.
As imigrações alemã e italiana contribuíram de forma determinante para essas mudanças, a partir do momento que esses imigrantes trouxeram práticas e costumes, que ajudaram a dinamizar ainda mais a cidade. Era um período de efervescência e nesse cenário, em outubro de 1878 surgiu a novidade da patinação.
Ela desembarcou na cidade poucos meses depois de no Rio de Janeiro ter se instalado o Skating-Rink. Os patins eram considerados símbolos dos avanços industriais e mudanças na dinâmica de lazer. O rink se tornou um local de consumo e exibição, promovendo encontros entre indivíduos de ambos os sexos e de diferentes estratos sociais.
Praça da Harmonia em 1894
Porto Alegre – Fonte: Melo (2016)
O Skating-Rink Americano ficava na Praça da Harmonia, atual Praça Brigadeiro Sampaio, ele funcionava à tarde e à noite, já que dispunha de iluminação a gás. O Rink era aberto para homens, mulheres e crianças. Para atrair um público maior, o Skating-Rink oferecia um professor (Francisco de Paula Pinto) e uma professora (Carolina Nau). O propósito além de qualificar e ampliar o número de praticantes, era manter a utilização do rink nos dias e horários de menor fluxo de pessoas.
Anúncio do Skating-Rink Americano
Fonte: Melo (2016)
Ainda que tenha sido considerado uma diversão de Elite, própria de famílias Ricas as primeiras pistas de patinação sobre rodas eram de certa forma bastante democráticas, pois cobravam ingressos bastante baratos.
No Skating Rink de Curitiba o preço para patinar era de 1000 Réis por hora de patinação com a locação dos patins incluso, para efeito de comparação uma garrafa de cerveja Atlântica Pilsen custava 6500 Réis e uma garrafa de refrigerante custava 2000 Réis.
Os preços acessíveis contribuíram para que esse entretenimento alcançasse grande sucesso por todos os locais, fazendo com que um grande contingente de cidadãos tivesse contato com o novo esporte, que se instalava pelas pistas do Brasil afora.
Irmãos Normanton – Fundadores do Rink Imperial (SP) em 1877
Fonte: Serie Avenida Paulista (2019)
A década de 1910, trouxe a consolidação das pistas de patinação, em 27 de dezembro de 1912 foi inaugurado em São Paulo o Skating Palace, que ficava na praça da República, número 50. O local comportava uma pista de patinação para 600 pessoas.
No período de 1914 a 1918, houve um período de retração no Brasil devido à eclosão da primeira guerra mundial, passado o período do conflito a patinação retomou a sua força. No ano de 1920 José Erotides Marcondes Machado se torna o primeiro brasileiro a participar de um concurso de patinação artística fora do Brasil, realizada na França. A patinação continuou forte no decorrer da década.
A década de 30 continuou mostrando a força da patinação, um anúncio no jornal o Estado de São Paulo, do dia 8 de janeiro de 1932, mostrava sete opções para patinar na capital paulista. O Avenida Rink era o principal deles, ele ficava na Avenida Paulista, número 50 e recebia disputas e campeonatos de hockey sobre patins, como a realizada em 5 de dezembro de 1932, em que o placar foi 7 para o América e 2 para o Atlético.
Anúncio de Rinks no jornal O Estado de São Paulo em 1932
Fonte: Serie Avenida Paulista (2019)
O espaço ficava em um terreno aberto, que ocupava toda uma quadra da Avenida Paulista, na altura da Rua Padre João Manuel. A foto abaixo mostra vários patinadores no Rink da Paulista, ela também exemplifica uma das características de grande parte dos primeiros Rinks de patinação; o fato que eram espaços abertos.
Existiam espaços cobertos para a prática da patinação, mas eram a minoria, em função do custo para se ter um espaço adequado. Um desses espaço fechado e considerado um megaprojeto para a época foi o Skating Palace localizado na praça da República, região central de São Paulo.
Anúncio de Rinks no jornal O Estado de São Paulo em 1932
Fonte: Serie Avenida Paulista (2019)
No âmbito externo a década de 30 trouxe uma maior organização para o esporte. Os primeiros campeonatos mundiais, com regras bem definidas de patinação artística, foram realizados em 1937. Em Chicago, em 1935 nascia um esporte intrigante que gera discussões até os dias de hoje, o Rollerderby.
No Brasil a década de 30 serviu para disseminar a patinação pelo País, as metrópoles que introduziram a novidade agora tinham a companhia de cidades menores em outros estados. Com o começo da segunda guerra mundial em 1939 o esporte teve uma desaceleração com o fechamento de muitas pistas.
A recuperação veio com a proximidade do fim da guerra, em 1944 houve um retorno com aberturas de novas pistas, nessa época o mapa da patinação no Brasil já era bastante democrático. A patinação já havia chegado a cidades menores e mais afastadas dos grandes centros.
Ainda no ano de 1944 nasce na cidade de São Paulo um dos Rinks de patinação mais icônicos, o Rink Boa Vista na ladeira Porto Geral. Ainda no ano de 1944 é inaugurado um Rink de patinação na cidade de Caxambú, estado de Minas Gerais, o local foi grande sucesso de público e patinadores.
Na pista de Caxambu os patinadores flutuavam sobre rodas acompanhados de música que vinha de um grande auto falante, instalado no coreto do parque das águas. A música tocada geralmente era uma valsa romântica e sentimental, a pista era de um cimento muito liso e contava até com um instrutor de patinação.
Rink de Patinação em Caxambú (MG) em 1944
Fonte: Família Ayres (2017)
Nos Estados Unidos, em meados da década de 40, começaram a ser criadas companhias de patinação com intuito de se apresentar com shows muito bem elaborados, esse movimento aconteceu tanto na patinação no gelo, quanto na patinação sobre rodas. A maior de todas essas companhias de patinação artística no gelo foi a “Holiday on Ice” criada em Ohio, Estados Unidos, em 1943.
Em 1951 veio para o Brasil o espetáculo “Skating Vanites & Dancing Waters” A apresentação do espetáculo sobre rodas, em São Paulo, impulsiona a realização de shows no Brasil que são destaques até os anos de 1970, quando passa a se destacar como esporte competição.
Pista de patinação em 1880
Fonte: Nationalgeographic.com (2021)
Na década de 1950, a patinação começa a ser praticada em clubes, esse movimento, aliado ao sucesso dos shows de patinação, incentivaram a criação de algumas companhias para apresentação de espetáculos de patinação sobre Rodas. A mais importante de todas e que ainda permanece em atividade é a Companhia Periquitos em Revista, ela foi criada em 8 de julho de 1954 pelo comendador Hiada Torlay, é vinculada à Sociedade Esportiva Palmeiras.
Periquitos em Revista é um espetáculo de patinação artística e tem como característica ser um evento beneficente, que abriga patinadores amadores da Sociedade Esportiva Palmeiras. O espetáculo existe a 68 anos e tem ajudado diversas entidades filantrópicas. Nos primeiro 14 anos de sua existência o “Periquitos” já tinham beneficiado mais de 700 instituições assistenciais, contemplando com a sua ajuda mais de 300 mil pessoas.
Espetáculo Periquitos em revista
Fonte: Palmeiras (2021)
O comendador Hiada Torlay é uma figura importantíssima para a patinação, principalmente, no Brasil no período de 1950 a 1980. Ele nasceu em 18 de fevereiro de 1916, era descendente de Italianos, começou a jogar hockey em 1928, na Itália. Foi um grande esportista representando o Brasil no exterior em competições e em diversos congressos técnicos.
Torlay foi o fundador da confederação Sul-americana de patinação, também foi Vice-Presidente da Confederação Pan-americana of Roller Skating, em Nebraska (USA), ainda como dirigente foi diretor da Federação Internacional de Roller Skating com sede em Barcelona. Em 1955 o comendador Hiada Torlay começou a fabricar patins no Brasil, a Indústria Torlay ficava no bairro de Águas Claras em São Paulo.
Patins Torlay começo dos anos de 1980
Fonte: Enjoei (2020)
No ano de 1964 foi fundada, em São Paulo, a fábrica de patins Lusul pelo português Sr. Isaul. O seu proprietário foi jogador de hockey na sua terra natal, tendo ganhado diversos campeonatos nacionais. Sr. Isaul foi um dos maiores incentivadores do hockey tendo levado a modalidade à vários clubes no país.
Além dos patins de hockey e patins artísticos, a empresa fabricava também todas as peças que compõem os mesmos como; botas, rodas, freios e bases. Com o passar do tempo a empresa passou a representar outras grandes marcas de patins do mundo. Hoje o legado da Lusul pertence a patins.com.br, que ainda fabrica e comercializa um portfólio variado de patins.
Patins Lusul
Fonte: Enjoei (2022)
Em 1976, o empresário Iloir Fasolo, um grande fã da patinação, comprou uma fábrica de patins de um casal de patinadores argentinos que estavam em turnê pelo Brasil. O casal fabricava patins na Argentina e as iniciais dos seus nomes “Roman y Enrriete”, serviram de inspiração para dar origem ao nome da empresa: RYE.
A fábrica foi inaugurada em Porto Alegre, mas em 1981 ela se mudou para Gravataí, na Avenida Brasil, 1595. Até os dias de hoje, a empresa mantém uma loja própria na Av. José de Alencar, 1182 – Menino Deus – Porto Alegre. Ela é administrada pela sócia e esposa de Iloír, Valeska Fasolo. Além de patins de todos os modelos, a marca tem uma linha de roupas.
A patins RYE atualmente é considerada a maior fabricante de Patins na América Latina. Ela fornece seus produtos para todo o País, mantendo uma estreita relação com professores, técnicos e coreógrafos em patinação, através dos seus representantes que atuam diretamente dentro das escolas, fornecendo todo tipo de material necessário a prática do esporte. Além de fabricar patins artísticos profissionais, ela tem uma grande linha de patins para o lazer.
Patins Rye Suite Dance
Fonte: Patins Rye (2022)
O espaço ficava em um terreno aberto, que ocupava toda uma quadra da Avenida Paulista, na altura da Rua Padre João Manuel. A foto abaixo mostra vários patinadores no Rink da Paulista, ela também exemplifica uma das características de grande parte dos primeiros Rinks de patinação; o fato que eram espaços abertos.
Existiam espaços cobertos para a prática da patinação, mas eram a minoria, em função do custo para se ter um espaço adequado. Um desses espaço fechado e considerado um megaprojeto para a época foi o Skating Palace localizado na praça da República, região central de São Paulo.
Centro de Treinamento da Patins Rye
Fonte: Patins Rye (2022)
Ao longo da década de 1970 a patinação esteve vinculada a clubes e associações, sem ter muitos aficionados fora da esfera dos apaixonados pelo esporte. Foi uma época de consolidação da patinação artística sobre rodas e do hockey sobre patins (Quad). Muitas federações e campeonatos foram criados, mas o esporte era muito restrito ao nicho de atletas e aficionados.
Em meados da década de 70 começou a surgir, nos Estados Unidos, um som diferente e altamente dançante que tem como seu ícone o fime “Os embalos de sábado à noite”. Esse som era a disco music que teve como epicentro Nova York, muitas vezes a música era referida como “boogie”, uma ponte entre disco dos anos 70 e o house.
No Rio de Janeiro, no dia 5 de agosto de 1976, foi inaugurada a “Frenetic Dancin Days Discothèque” pelas mãos de Nelson Motta que fez história ao introduzir a era disco no Brasil. O sucesso foi tanto que como consequência foi criado o grupo musical feminino, “As Frenéticas” que se transformaram no maior expoente nacional desse movimento disco.
Musical “Frenetic Dancing Days”
Fonte: Diário do Comércio (2021)
Nelson Mota posteriormente vendeu os direitos para a rede Globo, que criou a novela Dancing Days, exibida no período de julho de 1978 a janeiro de 1979, que tinha na voz das frenéticas o tema de sua abertura. A novela pegou rabeira no filme os embalos de sábado à noite com John Travolta e reforçou o momento de expansão das discotecas pelo país afora.
Não demorou muito para se descobrir que o som das discotecas tinha total sintonia com a patinação e a partir de 1978, começou o “boom” das pistas de patinação sobre rodas. Esse movimento ocorreu como base nos patins quad, que até então era o único tipo de patins que existia.
Em 1979 foi lançado o filme Roller Boogie, nele a jovem Terry (Linda Blair) tem um futuro brilhante na música lírica, mas se apaixona pelo patinador artístico Bobby (Jim Bray). Os pais de Terry não aprovam o relacionamento e querem ver a filha casada e na faculdade. Ela briga contra os pais e o casal luta, junto de seus amigos, para manter aberto um rink de patinação.
Cena do Filme Roller Boogie de 1979
Fonte: Kid 101 (2018)
Um ano depois, em 1980, o filme Xanadu fez enorme sucesso, tendo como pano de fundo a patinação. Na história Kira (Olívia Newton-John), Deusa grega da dança, vem à terra ajudar o artista Sonny Malone (Michael Beck) a realizar seu grande sonho de abrir uma inovadora casa noturna. O experiente dançarino Danny McGuire (Gene Kelly) também contribui na empreitada, mas tudo se complica quando Kira acaba se apaixonando por Sonny, contrariando as ordens de Zeus.
Cena do Filme Xanadu de 1980
Fonte: El periódico (2020)
No início da década de 1980 a patinação sobre rodas tinha alcançado um tamanho nunca antes visto, era uma febre intensa sobre rodas, havia centenas de pistas de patinação inauguradas por todo o Brasil. Na cidade de São Paulo chegaram a ter 15 pistas de patinação ao mesmo tempo, lembrando que em 1980 a cidade tinha 8,4 milhões de habitantes contra os 12,4 milhões de pessoas em 2022. Essas pistas estão listadas abaixo:
City Skate Roller – Rua Pedroso de Morais, 1836 – Pinheiros
Let’s Roller – Rua Augusta – Consolação
Patt Roller Disco – Avenida Celso Garcia, 5500 – Tatuapé
Polisport Roller Sumaré – Rua Apiacás, 80 – Perdizes
Rink Roller – Alameda dos Jamaris – Moema
Rock’n Roller – Avenida Ibirapuera 3204 – Indianópolis
Roller Day – Rua Comendador Roberto Ugolini, 152 – Mooca
Roller Disco – Teodoro Sampaio, 1150 – Pinheiros
Roller Flamingo – Rua Juá, Praça da Árvore
Roller Grafiti – Teodoro Sampaio, 637 – Pinheiros
Roller Speed Center – Av. dos Imarés, 64 – Indianópolis
Roxy Roller – Rua João Cachoeira, Itaim Bibi
Space Roller – Rua Juatindiba, 397 – Parque da Mooca
Stock Roller – Av. Cruzeiro do Sul 3320 – Santana
Stop Roller – Na Av. Santo Amaro, 6824 – Brooklin.
Pista da Roller Speed Center
Fonte: Roller Speed Center (2012)
Essa febre de patinação se alastrou, não apenas pelas capitais brasileiras, mas também pelas maiores cidades do interior do Estado de São Paulo, como Campinas e Ribeirão Preto, Sorocaba e outros municípios. Em Ribeirão Preto foi inaugurada a Disco Roller, pista que tinha um amplo espaço para a prática da patinação e fez muito sucesso na cidade e região.
Pista de Patinação Disco Roller, em Ribeirão Preto (SP) em 1980
Fonte: CJF Esportes (2016)
No Rio de janeiro tinha a pista da Roxy Rolller, que era considerada um templo da patinação carioca, na década de 1980. Ela ficava bem ao lado do extinto Tivoli Park, e da famosa Discoteca Papagaio, no bairro da Lagoa. O criador desse ícone, Ricardo Amaral, também era o dono da pista da Roxy Roller em São Paulo, que ficava Rua João Cachoeira, no Itaim Bibi.
Pista da Roxy Roller, no Rio de Janeiro, década de 80
Fonte: O Rio Antigo (2019)
As discotecas e as pistas de patinação definitivamente faziam parte do dia a dia do brasileiro, a ponto que várias campanhas publicitárias tinham como tema a patinação. Uma propaganda que marcou muito aquela época foi a do “Walkman”, que talvez os mais jovens não conheçam, mas era como a geração dos anos 80 escutava música em movimento. Para os mais novos poderíamos dizer que seria um Ipod com compartimento para fita cassete.
Propaganda do Walkman, da Sony
Fonte: Coisas do Japão (2022)
Essa febre da patinação começou a perder força em meados da década de 80, então as pistas começaram a fechar e os patins voltaram a ficar restritos à clubes, parques e nos pés dos apaixonados pelas rodinhas. A febre passou, mas deixou uma legião de aficionados, alguns locais como a marquise do parque do Ibirapuera, em São Paulo, tornaram-se ponto de encontro de patinadores.
Ao mesmo tempo que a patinação tradicional perdia força no mundo, nos Estados Unidos, renascia a patinação Inline com a criação da icônica empresa Rollerblade. Essa nova modalidade tomou corpo na segunda metade da década de 80 e início dos anos 90, de forma tal que em meados dos anos 90 eclodiu uma nova onda com pistas de patinação, dessa vez utilizando os patins Inline.
Em São Paulo algumas dessas pistas eram a Ocean Drive e Rock & Roller, dentre outras. Três das pistas tinham rampas, mini ramp e até Half pipe; como a Rollerbrothers que ficava na Rua Moisés Kauffmann 341, Barra Funda, Yo Rollers na Rua dos Missionários 261, Santo Amaro e a Prestigie na Rua Schilling, Vila Hamburguesa.
Informativo da Rollerbrothers em 1955
Fonte: Alberto Arakaki (2015)
Ainda que as pistas tivessem como praticantes os patinadores inline, muitas dessas rampas estavam formatadas para o Skate. Em outubro de 1995 o tricampeão mundial de patinação in-line, o norte-americano Chris Edwards, esteve no Brasil para promover o lançamento do filme “Manobra Super Radical”. Edwards visitou as três pistas acima e a avaliação dele foi que as rampas não estavam totalmente adequadas para a prática da patinação Inline.
Não foi um período de tanta efervescência, quanto o “boom” da patinação do início dos anos 80, mas teve o seu papel na história por sacramentar a patinação inline como uma modalidade que veio para ficar. Foi também nesse período que cresceu o hockey inline, esporte que continua forte até os dias de hoje.
No ano de 1994 ocorreu o primeiro campeonato nacional de Hockey inline, ainda de forma improvisada, mas foi o começo de um esporte que se mostraria bastante forte, no decorrer do tempo. Com o passar dos anos as pistas fecharam, mas a paixão pela patinação e pelo hockey continuaram cada vez mais forte, essa paixão fez florescer várias sementes das diferentes modalidades da patinação.
Primeiro campeonato Brasileiro de Hockey inline
Fonte: Gotcha roller team (2022)
Nesse período surge um nome que é um dos maiores expoentes da patinação inline “agressive” no mundo, a brasileira Fabíola da Silva. Ela participou da primeira edição do prestigiado X Games em 1996, começou competindo na categoria vertical e posteriormente passou a competir também na categoria street conquistando medalhas de ouro nas duas categorias.
Ao todo a atleta, natural de São Paulo, conquistou oito vezes o X Games, que são considerados as olimpíadas dos esportes radicais. Os campeonatos foram ganhos nos anos de 1996, 1997, 1998, 2003 e duas medalhas ouro nos anos de 2000, 2001. Fabíola também participou de muitos outros campeonatos, de forma vencedora, tal como o LG Action Sports US Championship e outros.
A patinadora se tornou a maior recordista feminina da história do esporte e a primeira mulher no mundo a executar um mortal duplo de costas (double backflip). Em 2005, ela executou a mesma manobra em uma competição, entrando em uma seleta lista que até então tinha apenas quatro homens.
Patinadora Fabíola da Silva
Fonte: Ângelo Antônio (2020)
Fabíola começou a patinar aos 12 anos, aprendeu a andar sozinha no quintal de casa segurando em uma grade, não demorou muito tempo para ela se aventurar nas pistas. Começou aprendendo manobras e chegou a participar de campeonatos locais, em São Paulo. Em um desses eventos, ela conheceu duas grandes figuras do esporte: Chris Edwards e Arlo Eisenberg.
Através desses contatos ela recebeu uma carta da Confederação dos Estados Unidos, convidando-a para participar dos X Games. Com ajuda de um único patrocinador ela viajou para os EUA, com apenas 16 anos. Ela não tinha ideia da grandiosidade do evento, nem que marcaria uma época, tão pouco imaginava que colocaria o seu nome no “Hall da Fama” do esporte.
Patinadora Fabíola da Silva
Fonte: Caio Radical (2021)
Com a conquista da medalha de ouro na categoria vertical nos X Games, em 1996, ela ganhou muita visibilidade e começou a patinar em eventos e a competir fora do Brasil. Nessa mesma época além da modalidade vertical começou a praticar Street, em seguida passou a competir nas duas modalidades, ganhando muitas competições.
Em determinado ponto de sua carreira ela começou a competir no masculino, tal era a sua superioridade nas competições femininas. Fabiola teve que se adequar, melhorou o seu condicionamento físico e cuidou mais da alimentação. Para a surpresa geral, mesmo competindo com os homens, ela chegou ao pódio com uma medalha de prata.
Infelizmente 2005 marcou o último ano de competição dos patins Inline no X Games, as olimpíadas dos esportes radicais fechavam as portas para a categoria. Fabíola se despediu da competição em grande estilo executando uma manobra que poucos homens haviam conseguido fazer; um mortal duplo para trás, uma manobra conhecida como backflip.
Hoje aos 42 anos ela continua na ativa, tendo acrescentado o preparo físico na sua vida através da prática do crossfit. Ela continua se reinventando e se fortalecendo como um exemplo de força e dedicação. Fabíola é o maior exemplo de que um sonho é possível de ser realizado, basta apenas você dar o primeiro passo ou quem sabe a primeira patinada.
Patinadora Fabíola da Silva
Fonte: Arquivo Pessoal (2022)
O ano de 2005 marca não somente o fechamento da categoria Inline no X Games, mas também como o início de um certo “esfriamento” da patinação. É certo que os campeonatos de patinação “agressive”, artística, velocidade e slalon continuaram, contudo com a escassez das pistas de patinação os aficionados foram diminuindo.
A partir desse período funcionaram algumas poucas pistas, que eram iniciativas isoladas entre elas a Rollerbrothers, que em setembro de 2009 virou o Xtreme Clube SP, era um espaço gigantesco abrangendo não apenas uma grande pista de patinação, mas também uma grande área para a prática da patinação street e vertical.
Xtreme Club
Fonte: Monster Trick (2009)
O local foi palco de alguns torneios com o campeonato Monster Trick ocorrido em agosto de 2009, que teve competidores masculinos e femininos nas categorias; iniciante, kids, amador e pro. A pista ficava no Morumbi o local era bastante confortável, contava com uma bela decoração, ótima infraestrutura e várias áreas de descanso.
A resistência de muitos apaixonados pela patinação fez com que o esporte não ficasse restrito apenas aos clubes e campeonatos de várias modalidades. No Início da década de 2010 percebemos uma pequena retomada do esporte, que se consolidou com a abertura de algumas pistas como, no caso de São Paulo, a Roller Jam que inicialmente foi inaugurada em 2012 no bairro da Mooca e posteriormente abriu uma nova unidade em Moema.
Essas novas pistas estavam baseadas na patinação Quad e bebiam na fonte do boom da patinação dos anos 80, com os locais bastante coloridos e agradáveis. As músicas tocadas nessas pistas eram bastante dançantes e tinham como referência a época de ouro das discotecas.
Pista de Patinação da Roller Jam Moema
Fonte: Roller Jam (2022)
Paralelamente às pistas fixas começou um movimento envolvendo a montagem de pistas de patinação sobre rodas itinerantes, a maior parte em shoppings. O resultado foi tão interessante que, até empresas que tradicionalmente montavam pistas de gelo passaram a ter a pista de patinação sobre rodas, como uma opção bastante atraente.
Nesse modelo de pistas temporárias o domínio também era dos patins Quad, mas de forma bastante democrática as pessoas sempre foram bem aceitas, quando traziam seus patins Inline. Esse movimento foi crescendo de forma bastante sustentada de maneira tal que a patinação começou a ganhar as ruas fortemente.
Inúmeros grupos de patinação foram criados pelo Brasil afora, tanto de Quad quanto de Inline. As redes sociais tornaram-se ferramentas importante de divulgação do esporte. No Facebook, Instagram, Tik Tok existem inúmeros grupos e comunidades que compartilham a paixão pelas rodinhas e esse movimento é presenciado em todas as regiões do nosso
Pista de Patinação sobre Rodas no Shopping Anália Franco (SP)
Fonte: Viva Tatuapé (2022)
Tudo caminhava para que no ano de 2020 tivéssemos uma explosão de pistas de patinação, contudo o coronavírus alterou essa rota, com a impossibilidade de aglomeração de pessoas em espaços fechados. No início da pandemia a única certeza que tínhamos era que devíamos evitar o contato com outras pessoas.
Nos dois últimos anos, em função desse vírus, as pessoas ficaram muito tempo presas em casa, tendo como companhia, o computador, o tablet e o Smart Phone. Nesse cenário a patinação tornou-se um elemento de escape não só da pandemia, mas também de toda a parafernália eletrônica que ela nos trouxe.
Com o maior controle sobre a doença, as pessoas voltaram a patinar em áreas abertas, principalmente em ruas e parques. Tornou-se comum presenciarmos famílias e grupos de amigos deslizando sobre rodinhas. Nesse momento percebemos o quanto a patinação fortalece os vínculos sociais e ajuda as pessoas a se relacionar com outros que compartilham da mesma paixão.
As pistas fixas voltaram a se consolidar, hoje na grande São Paulo são quatro pistas exclusivamente voltadas para os patins. Existe um consenso que a patinação está retomando o seu espaço, nas redes sociais são milhares de vídeos sobre o assunto. A patinação sobre rodas tem se reinventado e conseguido uma legião de adeptos apaixonados, por um esporte que nos proporciona a leveza da sensação de flutuar, quase como se estivéssemos em outra dimensão.
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